Sinopse

Tudo quebra. Tudo acaba. Menos o arroz. O arroz nunca acaba.

Notas de Produção

Adaptado de uma história em quadrinhos que fiz durante a faculdade, este curta começou a ser desenvolvido em 2000.
Interrompido inúmeras vezes por conta de trabalhos comerciais e abandonado para a realização de ENGOLERVILHA, após cinco anos apenas as primeiras cenas haviam sido animadas.

Na verdade, não há um roteiro decupado previamente; são simplesmente cenas de luta, improvisadas pelo animador para sua própria diversão.
O filme é uma simulação de um “work in progress”.
Como um paralelo à situação entre os dois guerreiros, únicos personagens do filme, cada cena tem um grau de finalização distinto.
Algumas cenas são animadas e intervaladas, outras são arte-finalizadas e têm sombras, outras têm apenas as posições-chave, outras estão finalizadas e pintadas com o cenário, outras são apenas o story board filmado.

Por um lado, esta proposta é uma metáfora, um simbolismo análogo ao não desenvolvimento da razão da peleja entre os dois inimigos.
Por outro lado, é uma desculpa para o animador desenhar apenas o que achar mais divertido.
Quando considera muito trabalhoso intervalar por conta do excesso de detalhes, o animador simplesmente fotografa as posições principais doze vezes e não faz os desenhos intermediários.
Quando considera a sombra um elemento dramático relevante, ele pinta um cenário para compor a seqüência e anima sombras projetadas.
Quando tem preguiça, deixa tudo preto-e-branco, sem cenário nenhum.

Partindo do mesmo conceito, há apenas dois personagens.
Sem vestimentas detalhadas e com apenas três dedos em cada mão, para agilizar o processo.
Afinal, nunca me pareceu muito sensato animar cinco dedos em cada mão de um personagem desenhado.
Utilizar quatro não faz diferença nenhuma ao público.
Certa vez tive de me submeter à insanidade do design de um personagem imposto para um comercial para TV, que tinha SEIS dedos.
Em cada frame, eu tinha de animar doze dedos!
Doze!
Em cada frame!
Preferi ficar com três.
É o suficiente.
Eles conseguem empunhar suas espadas.
Um tem somente pupilas e o outro apenas os globos oculares.
A dificuldade maior era fazer parecer que estavam olhando para o lado sem virar suas cabeças.

Em 2004, este projeto foi premiado no Concurso de curtas do MINC.
Pela primeira vez, fiz um filme com apoio financeiro.
Apesar das cenas simplificadas, há muitas outras em full animation, com efetivamente 24 desenhos por segundo, fotografados apenas uma vez cada.

As músicas são da Luama, que havia cedido composições suas para CHIFRE DE CAMALEÃO e de Daniel Marão, hoje estudando na Alemanha e que havia tocado violino no CAMALEÃO aos quinze anos e em ENGOLERVILHA aos dezoito, onde compôs temas originais seus pela primeira vez, para várias seqüências.
Este é o meu primeiro filme com diálogos, que são interpretados pelo Guilherme Briggs e por mim.
Briggs se tornou o mais importante, melhor e mais assíduo dublador brasileiro, trabalhando em filmes, séries, desenhos, internet, ininterruptamente.
Eu, não.
Silvana é minha assistente de produção, como foi nos outros filmes.
Na realidade, a equipe é praticamente a mesma dos outros curtas.
A diferença é que desta vez eu pude pagá-los.
Algumas cenas foram finalizadas digitalmente, pintadas, compostas e renderizadas no computador pelo Alessandro Monnerat, para posterior kinescopia.
Outras foram filmadas na truca, no sistema arcaico.

Não sei se vai dar certo.

Festivais

Mostra Infantil de Florianópolis

13º Festival Internacional de Animação ANIMA MUNDI

16º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo

9º Festival de Cinema, Vídeo e Dcine de Curitiba

Mostra Dia do Animador (RJ, SP, MG e RS)

Cineclubes ABD, ASCINE e Beco do Rato

12º Vitória Cine Vídeo (Espírito Santo)

14º Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro Curta Cinema

Mostra TIM de Cinema Brasileiro (RJ)

9ª Mostra de Cinema de Tiradentes (MG)

Mostra Baixada Animada (RJ)

Mostra do Filme Livre (RJ)

Mostra de Vila Velha (ES)

Projeto “Acenda Uma Vela” (Maceió)

Mostra de Curtas-Metragens da Unioeste (Paraná)

Grande Prêmio TAM de Cinema Brasileiro (indicado a Melhor Animação de 2005)

Cortoons-Festival Internazionale di Cortometraggi di Animazione (Itália)

Festival Brasil no Ar (Barcelona, Espanha)

Festival de Cinema Universitário (Sessão Ex-Alunos)

27º Festival Guarnicê de Cinema do Maranhão

1ª Mostra de Cinema de Ouro Preto (MG)

Mosca 2 – Mostra Audiovisual de Cambuquira (MG)

3º Festival de Cinema de Maringá (PR)

CINEME-SE 2006 (Santos)

MOSCA 2 – Mostra Audiovisual de Cambuquira

I GRANIMADO – Festival de Animação de Gramado (Prêmio: Melhor Direção)

Festival do Rio 2006

Curta o Curta na Caixa (RJ)

Ficha Técnica

TÍTULO

O ARROZ NUNCA ACABA

DURAÇÃO

Oito minutos

FORMATO

35mm, colorido

DIREÇÃO, ROTEIRO E ANIMAÇÃO

Marão

PRODUÇÃO

Marão Filmes e SAV/MinC

MÚSICA

Daniel Marão e Luama

DUBLAGEM

Guilherme Briggs e Marão

FINALIZAÇÃO DIGITAL

Alessandro Monnerat

ANO DE PRODUÇÃO

2005

CO-PRODUÇÃO

CTAv